quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Nwahulwana

Para uma noite dessas de trabalho, deixo uma das minhas favoritas...e boa produção!

sábado, 4 de dezembro de 2010

O meu Novembro

O verão chegou! Com ele o calor que nos dificulta caminhar, pensar e tudo o mais que possa acabar em ar, até porque o ar está com uma humidade de cerca de 89%, só sei que em termos práticos isto resulta no corpo pesado, sempre a transpirar!

Novembro trouxe com ele as nuvens que cozinham a chuva, como diz o papá Gabriel, 


 as despedidas, 

 
 as mangas,

 
e as lindas acácias em flor!



O ano lectivo já terminou, por isso os alunos do secundário estão a ultimar os exames de 2ª época e os alunos da universidade Eduardo Mondlane já estão a regressar a casa. 

As escolinhas também já fecharam e por isso aproveitamos o mês de Novembro para fazer uma formação em Mapinhane com todas as monitoras e cozinheiras de Mapinhane e Vilankulo. Foram três dias de convívio, de workshops de saúde, aprendizagem da criança, actividades criativas mas sobretudo de partilha.

O Dezembro já chegou e promete ser o Natal mais quente da minha vida!

sábado, 13 de novembro de 2010

Telemóvel


Depois dos incidentes no Maputo, em Setembro, soube-se que aquela greve contra a subida dos preços que deu origem a mortos foi convocada por celular.

A Mcel e a Vodacom, as duas e únicas empresas de redes móveis em Moçambique depararam-se com um problema, a grande quantidade de cartões vendida nas lojas e nas ruas pelos vendedores ambulantes não permite o registo dos números. Assim todos os números são anónimos e é muito fácil comprar, usar e deitar fora um giro (cartão da rede Mcel) ou um cartão da Voda.

O governo não conseguiu encontrar os responsáveis desta manifestação, e as empresas anunciaram que quem quiser manter o seu número activo terá de registar na loja até dia 15 de Novembro. 

Como boa portuguesa deixei para a data limite, mas terei o meu 82 registado!


segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Escolinhas

Depois do encerramento do ano lectivo nas quatro Escolinhas (creches) de Mapinhane: Mujavangue, Mapinhane, Chitetemane e Mulungo, foi a vez das quatro Escolinhas de Vilankulo: Alto Makassa, Mahake, Mucoque, Chiruala 2.

Os pais estiveram presentes, assim como os responsáveis das comunidades para a festa das crianças, com a entrega dos trabalhos, dos diplomas e um lanche.

Um dos meus trabalhos deste ano era acompanhar as monitoras e as escolinhas. Por isso, juntas comemorámos também a caminhada que fizemos ao longo deste ano, com as formações, os dias de trabalho partilhados e tudo aquilo que aprendemos umas com as outras.

A crianças e monitoras resta desejar, Boas Férias!

Monitoras e cozinheiras de Mapinhane

Encerramento na Escolinha de Chitetemane

Encerramento na Escolinha do Alto Makassa

Monitoras Ana e Teresa


Encerramento da Escolinha em Mucoque

Água

Ontem conheci Hambane, a terra do Mateus, um dos trabalhadores da missão de quem já vos falei antes. A 50 quilómetros de Vilankulo: 20km até Pambarra (o cruzamento da estrada nacional) e 30km pelo mato, encontrámos um sitio com terra vermelha, muitas árvores e pedras. Ali chegam muitos camiões para transportar pedra e lenha. As pessoas deslocam-se a pé ou de bicicleta até ao povoamento mais próximo para fazer compras em Pambarra, a 30km de distância. Vivem da pedreira, os homens e as mulheres de partir a pedra, todos tem machamba.

O problema que preocupa a todos em Hambane, é a falta de água. Sem chuva e com as duas bombas manuais do poço avariadas, todos estão a sofrer. Para conseguirem água têm de percorrer mais de 30 quilómetros, e transportá-la à cabeça ou de bicicleta, nunca mais de 20 litros. Com todas as dificuldades, ofereceram-nos da pouca água que tinham para lavarmos as mãos e para almoçarmos juntos, para festejar o padroeiro, S. Josafat. Não faltou maheu, uma bebida feita de farinha de milho fermentado, wutchema , uma bebida extraída de várias palmeiras, gazela e ushua, uma espécie de papa de farinha de milho.

Ao chegar a casa cheia de terra vermelha, pude tirá-la com um simples rodar da torneira mas não pude deixar de lembrar Hambane quando o tubo rebentou da parede jorrando água com toda a força. Seria uma alegria se o mesmo voltasse a acontecer naquela terra!


Comunidade de Hambane
Casa dos pais do Mateuani

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Atrás das grades


Nas segundas-feiras é dia de acompanhar a Ir. Esperança, agora substituída por causa da sua viagem a Espanha, pela Enfermeira Amelina, à prisão. Enquanto os doentes fazem consulta, acompanho os outros presos para verem um filme, ou toco guitarra para cantarmos. Desta experiência escrevi um artigo para o manual de jovens, Novos Horizontes. Os nomes que vão encontrar são fictícios, mas as histórias bem reais.

Deixo-vos dar uma espreitada para trás das grades da prisão de Vilankulo. 

"A maioria jovens, outros menos jovens, homens e mulheres entram e saem diariamente da cadeia. São histórias de vida que se cruzam, por um momento que tem em comum: infringiram a lei. São muitas as histórias que encontramos atrás das grades.
Joana, de 25 anos, matou o seu próprio pai quando o acusaram de fazer feitiço. Deixou em casa duas crianças ainda de colo. O seu ar triste e vazio revela a quem olha o conflito interior que vive. Mais pesado que a pena que terá de cumprir, é o seu julgamento interior. Baixa a cabeça ao saber que as crianças estão bem de saúde e ao cuidado da sua irmã mais velha. Volta a sorrir enquanto pila o amendoim para preparar a sua refeição e conversa com os outros presos, esquecendo por momentos aquele dia que mudou para sempre a sua vida. António, 18 anos roubou no mercado, passará pela prisão uns meses. Pelo seu bom comportamento irá ajudar na machamba, regando todos os dias.

São muitos os que aguardam julgamento na Cela 1 e aqueles que esperam sentados na Cela 2 por terminar o tempo da pena, na prisão de Vilankulo. O único consolo que tem dentro daqueles pequenos quartos é poder saber que a família os assiste, levando comida, roupa, jornais. Outros agarram-se à religião,  gostam de rezar e ler a Bíblia. Há os que preferem ouvir rádio enquanto jogam às damas. Ou ainda os que se inspiram a escrever canções, ou a pintar. Uns mais inocentes que outros, esperam daqueles que os visitam consolo e alguém que escute as suas necessidades, tristezas e dificuldades.

Do lado de fora das grades espera-lhes uma sociedade. Enquanto estão atrás das grades sonham com uma sociedade que os acolha, que lhes dê mais uma oportunidade, um trabalho…Este é o tempo para a reflexão, para a solidão ou até para a conversão…mas sobretudo para sentir o perdão de Deus."

In: "Novos Horizontes" 


segunda-feira, 1 de novembro de 2010

O hospital

Em Fevereiro de 2007, há 3 anos atrás, a vila de Vilankulo ficou irreconhecível. Ainda se fala muito no ciclone Fávio que destruiu casas, matou pessoas e deixou sem nada aqueles que já pouco tinham. Como depois da tempestade vem sempre a bonança, também aqui houve muitos financiamentos e apoios do exterior para as reconstruções e apoio às famílias.
O hospital não foi excepção. Contado por aqueles que viram, as chapas voaram, alguns doentes foram atingidos e outros acabaram mesmo por morrer. Todos foram albergados nas tendas da Cruz Vermelha, algumas das quais ainda funcionam hoje como enfermarias para os doentes de baixa com tuberculose, SIDA e outras doenças infecto-contagiosas. 

O novo hospital está quase pronto, as chapas foram postas com protecção anticiclone, são verdes com calhas vermelhas e paredes verde limão. Os muros estão prontos e pintados de branco, assim como os passeios de cimento. Há um posto na entrada principal, uma casa mortuária e um edifício que dará para todos os doentes.

Resta agora que por dentro seja tão agradável o atendimento dos técnicos e o tratamento aos doentes, como as suas estruturas o são por fora!

Vista da Av. Eduardo Mondlane
Novo hospital ao fundo, de chapas verdes

sábado, 30 de outubro de 2010

Por trás da minha janela

Durante o dia aquece e traz uma claridade de cegar, quando desaparece refresca e aparecem os mosquitos. Mas a minha parte favorita é quando se está a despedir de mais um dia.

Especialmente para a minha querida amiga Catarina, hoje, deixo o pôr do sol mais lindo que já vi! 

Todos os dias perto das 18h, no sitio do costume: por trás da minha janela!


Av. Eduardo Mondlane
Ilha de Bazaruto

Moçambicanismos

Numa altura em que Portugal se adapta ao novo acordo ortográfico, eu cá já me inculturei nos moçambicanismos! No inicio, as palavras que eram portuguesas, soavam estranhas. As articulações eram diferentes e os significados também, para mim.

Depois de aprender o português de Moçambique, deixo-vos uma lista de algumas das minhas palavras e expressões favoritas*.

Cacimba - neblina, nevoerio
Camisete - camisola
Chamboco - chicote feito de borracha ou plástico para conduzir animais ou punir
Dar ba - forma intima para dar um beijo, utilizado para as crianças
Desconseguir - não conseguir
Estar incomodado - estar doente
Hoyo-hoyo - das as boas vindas
Tirar lágrimas - chorar
Machimbombo - autocarro
Madala - homem idoso
Madota - pessoa com responsabilidade de tomar decisão
Mafiar - enganar, mentir: "Estás a mafiar-me"
Mahala - grátis
Maningue nice - estar muito bem
Matabichar - tomar o pequeno-almoço
Mulungo - branco, patrão
Nem tão pouco - nem um bocadinho
Sonecar - dormitar
Suruma - droga
Tontonto - aguardente. Palavra onomatopaica (som da gota a cair do alambique, ton-ton-ton)

 * Retiradas do livro "Moçambicanismos - Para um léxico de usos do Português Moçambicano"


Carima a preparar o amendoim para semear, Mujavangue
Festa do núcleo S. Francisco de Assis

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Dia 12 de Outubro, feriado dos professores

Há um ano atrás, a Banda Six cantava na festa do dia dos professores na Escola Secundária de Vilankulo e na Escola Secundária de Mucoque. Formada por jovens que frequentam a missão nas diferentes actividades, Biblioteca, Centro de Informática e grupos de jovens da paróquia aprenderam a tocar guitarra com o Pe. Fábio. Ficaram conhecidos com a canção que escreveram e compuseram “Amar é acreditar” e assim foram convidados a animar várias festas dadas pelo município, pelas escolas e até cantaram na Rádio Maria de Vilankulo. 
Agora reduzidos a banda three, Helton, Nelton e Pacheco falam com nostalgia daqueles tempos. Ainda com os amigos que agora estão na universidade ou no seminário, cantaram “12 de Outubro”: 
"Dia 12 de Outubro é o dia dos professores. Dia 12 de Outubro é o dia dos professores, apostamos na educação, é de nós que saem os doutores os ministros e presidentes. 
Viva, viva o 12 de Outubro, é o dia da ONP (Organização Nacional dos Professores), que esta data seja repetida por anos e anos na perfeita união"

Em Moçambique não se festejam feriados religiosos. Devido à presença de várias igrejas e seitas o Estado só agendou dias ligados à nação. Não pensem por isso que os Moçambicanos não têm feriados, deixo-vos alguns dos mais emblemáticos que vivi durante este ano. 

3 de Fevereiro – Dia dos Heróis Moçambicanos
7 de Abril – Dia da Mulher Moçambicana
1 de Maio – Dia Internacional do Trabalhador
25 de Junho – Dia da Independência de Moçambique
7 de Setembro – Acordos de Lusaka
25 de Setembro – Dia das Forças Armadas
4 de Outubro – Dia da Paz
12 de Outubro – Dia dos Professores


Praça do Município 
Concentração para cantar o Hino Nacional, na praça

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Chuva

Outubro trouxe com ele a tão desejada chuva! Hoje tivemos um dia cinzento e com chuva durante a manhã.

Se continuar assim teremos boas mangas e a terra ficará boa para cultivar. Nos próximos três meses todos estarão a ir frequentemente à sua machamba (horta) fora da vila, uns em Faiquete, outros Pambarra ou Mangalisse, sempre a mais de uns 20 quilómetros de distância feitos a pé, de bicicleta ou de chapa (carro de transporte colectivo).

Todos vão tentar a sua sorte com o milho, a mandioca e o amendoim.

Resta-nos esperar que a chuva nos continue a molhar como hoje para que, tal como na natureza, haja renovação! Mas sobretudo...para podermos dizer adeus às pulgas e às mataquenhas!!




Av. Eduardo Mondlane - Vilankulo
Machamba de Mapinhane

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

De Vilankulo a Nova Mambone

Da terra do bom peixe, à terra do camarão e do sal são 200km de distância e uma diferença abismal do modo de vida.

Nova Mambone pertence ao distrito de Govuro, o extremo da província de Inhambane, que faz fronteira com a província de Sofala. A vila está situada na margem direita do Rio Save, que desagua no Índico. 

As marcas da presença do rio dão a perceber que é um rio largo e pouco fundo, o seu trilho acompanha a estrada principal com largas planícies verdes e amareladas, com bananeiras e palmeiras, coqueiros e papaeiras. Para além dos agricultores, encontram-se nestes pastos muitos bois e cabritos, nem todos com pastor a vigiar. Podem imaginar a aventura de viajar nesta estrada!

Ao longo da estrada principal até à vila encontrei a missão, uma escola secundária, um hospital e algumas padarias. Na vila não há mais que um posto de correios abandonado, o posto da policia, a casa do governador, a igreja e a praça dos cereais. Entre a vila e o mar está a salina. Já são cinco, de vários proprietários mas a primeira foi construída há 30 anos pelos missionários da Consolata. É uma construção espantosa, numa grande dimensão e com muitos engenhos apesar da aparente simplicidade. Na salina trabalham um grande número de pessoas. Para além desta actividade há muitos que vivem da agricultura, da pastorícia e da pesca.

Hoje, depois de carregar os sacos de sal com o Mateus, voltei a Vilankulo com a certeza que esta vila é já uma grande e desenvolvida cidade.


sexta-feira, 24 de setembro de 2010

A inspiração

Não sabemos muito bem de onde vem. Uns acreditam que é uma ideia ou pensamento que ocorre de repente, outros acreditam que é a vontade divina na consciência humana...

A verdade é que há dias que acordamos inspirados para criar! Hoje foi um desses dias para mim.

Depois de terminados os cartazes para as escolinhas com as monitoras, comecei a costurar as sobras de pano. Umas vão ajudar para a decoração nas salas das escolinhas, outras talvez me aventure em novos acessórios, como os brincos que a mamã Cândida - a professora de costura do Centro Kuwonekela (luz) das Irmãs Dominicanas -, me ensinou a fazer.

O Mateus e a mamã Amélia são os meus melhores colaboradores: aperfeiçoam as minhas ideias e estão sempre dispostos a ajudar-me. Como é bom haver sempre alguém que está disposto a inspirar-se também!

Eu cá não acredito que uma ideia ou um pensamento só me fizessem criar tais coisas!


terça-feira, 21 de setembro de 2010

Vuyazi, a princesa insubmissa

A lua está novamente cheia. Para além da óptima iluminação, que faz dela o melhor candeeiro das ruas de Vilankulo, contamos com a presença da Vuyazi, a mulher que foi estampada na lua e que tem consigo a trouxa à cabeça e o filho às costas.

Apresento-vos a história desta mulher que todos os meses aparece no céu de Moçambique: 

"Era uma vez uma princesa. Nasceu da nobreza mas tinha o coração de pobreza. Às mulheres sempre se impôs a obrigação de obedecer aos homens. É a natureza. Esta princesa desobedecia ao pai e ao marido e só fazia o que queria. Quando o marido repreendia ela respondia. Quando lhe espancava, retribuía. Quando cozinhava galinha, comia moelas e comia coxas, servia ao marido o que lhe apetecia. Quando a primeira filha fez um ano, o marido disse: vamos desmamar a menina, e fazer outro filho. Ela disse que não. Queria que a filha mamasse dois anos como os rapazes para que crescesse forte como ela. Recusava-se a servi-lo de joelhos e a aparar-lhe os pentelhos. O marido cansado da insubmissão, apelou à justiça do rei, pai dela. O rei, magoado, ordenou ao dragão para lhe dar um castigo. Num dia de trovão, o dragão levou-a para o céu e a estampou na lua, para dar um exemplo de castigo ao mundo inteiro. Quando a lua cresce e incha, há uma mulher que se vê no meio da lua, de trouxa à cabeça e bebé nas costas. É Vuyazi, a princesa insubmissa estampada na lua. É a Vuyazi, estátua de sal, petrificada no alto dos céus, num inferno de gelo. É por isso que as mulheres do mundo inteiro, uma vez por mês apodrecem o corpo em chagas e ficam impuras, choram lágrimas de sangue, castigadas pela insubmissão de Vuyazi."  

In Niketche, de Paulina Chiziane
 
                                                                         

domingo, 19 de setembro de 2010

Bloco a Bloco

Ontem visitei a casa da Bia.

Bia é uma jovem que frequenta a biblioteca da missão e estuda na 10ª classe, na Escola Secundária de Vilankulo. Vive com a mãe e as suas duas irmãs mais novas, numa bonita casa de caniço de uma só divisão que é sala de estar, de jantar e quarto. Ao lado estão a construir. Será uma bonita e espaçosa casa de alvenaria.

É comum em Vilankulo encontrar casas em construção, em blocos de cimento e podem estar dessa mesma forma durante meses ou até anos. Aqui o tempo é diferente para tudo, até para construir! À medida que as famílias juntam dinheiro vão acrescentando os blocos, ou a electricidade, ou a pintura...é um trabalho que pode demorar toda uma vida!

A casa é para muitos o produto final de toda uma vida de trabalho.

Pouco a pouco, a casa da Bia há-de ficar pronta.




sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Cozinha moçambicana

Da cozinha de Maputo, onde encontrámos um restaurante português e matei muitas saudades, directamente para a cozinha de Vilankulo a cargo da mamã Amélia! 
Se há pessoas que cozinham tão bem, que nem conseguimos verbalizar como é boa a comida, por cozinharem com amor, a Amélia é sem dúvida uma delas!Para além de cozinheira é já uma amiga de todos cá em casa, tanto pelos anos que já tem nesta casa como pela sua forma de cuidar dos outros.
Hoje recebemos visitas, eram cerca de 20 missionários que trabalham na província de Inhambane. Enquanto eles discutiam as estratégias de trabalho para o futuro, eu, a mamã Amélia, a mamã Teresa e o Mateuani preparávamos tudo para o almoço…como nos divertimos! Entre cantorias, risadas e adivinhas chegámos às 12h30 com: Arroz e feijão, frango assado, mandioca frita, salada e sumo de laranja (isto depois de 1 hora a espremer laranjas, claro!).
Aproveitei esta inspiração para experimentar uma receita de baba de camelo.
Nzu bhika. Estou a cozinhar.

Lá fora oiço o Fábio e o Nelton a resolver problemas matemáticos… Eu continuo sem conseguir resolver o meu: subtrair os quilos a mais! 

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Fany Mpfumo

Hoje quero partilhar convosco uma música especial para mim. Para além de gostar muito, aprendi a tocar na guitarra e costumo ouvir os alunos nas aulas de guitarra a tocarem também lá em Vilankulo - por ter uns acordes fáceis -, no alpendre de minha casa!

Não posso deixar de vos falar daquele que a cantou pela primeira vez! 
António Mariva Mpfumo, nascido em Moçambique em 1928, ficou conhecido por Fany Mpfumo, o rei da Marrabenta. A marrabenta é um tipo de música, assim como uma dança típica de Moçambique que foi desenvolvida na capital, Maputo. Do português "rebentar" e do termo local "arrebentar" são muitos os artistas que hoje em dia lançam álbuns deste estilo musical.

Apresento-vos "A vasaty wa namuhlo", em português "Mulheres da minha terra". Fany recorda-se especialmente da Cecília "Nzi Khumbuka Cicilia".

Para as mulheres da minha terra, deixo as mulheres da terra de Fany Mpfumo.




sábado, 11 de setembro de 2010

Pelas ruas de Maputo

Estava hoje no carro, nas ruas de Maputo, quando passei por uma loja que me despertou a atenção. Tinha o nome pintado na parede: "Kaya Ka Hina". 
Rapidamente tirei da mala a máquina de guerra, como carinhosamente chamo à minha compacta digital de marca branca (como vão constatar pela qualidade das fotografias!), e registei!

Os pronomes na construção gramatical do Xitshwa são um mundo, ainda assim de uma forma simplificada apresento-vos os  pessoais absolutos: Mina (eu), Wena (tu), Yena (ele), Hina (nós), Vona (eles).

Assim, fiquei a saber que existe "A Nossa Casa" no Maputo!