segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Água

Ontem conheci Hambane, a terra do Mateus, um dos trabalhadores da missão de quem já vos falei antes. A 50 quilómetros de Vilankulo: 20km até Pambarra (o cruzamento da estrada nacional) e 30km pelo mato, encontrámos um sitio com terra vermelha, muitas árvores e pedras. Ali chegam muitos camiões para transportar pedra e lenha. As pessoas deslocam-se a pé ou de bicicleta até ao povoamento mais próximo para fazer compras em Pambarra, a 30km de distância. Vivem da pedreira, os homens e as mulheres de partir a pedra, todos tem machamba.

O problema que preocupa a todos em Hambane, é a falta de água. Sem chuva e com as duas bombas manuais do poço avariadas, todos estão a sofrer. Para conseguirem água têm de percorrer mais de 30 quilómetros, e transportá-la à cabeça ou de bicicleta, nunca mais de 20 litros. Com todas as dificuldades, ofereceram-nos da pouca água que tinham para lavarmos as mãos e para almoçarmos juntos, para festejar o padroeiro, S. Josafat. Não faltou maheu, uma bebida feita de farinha de milho fermentado, wutchema , uma bebida extraída de várias palmeiras, gazela e ushua, uma espécie de papa de farinha de milho.

Ao chegar a casa cheia de terra vermelha, pude tirá-la com um simples rodar da torneira mas não pude deixar de lembrar Hambane quando o tubo rebentou da parede jorrando água com toda a força. Seria uma alegria se o mesmo voltasse a acontecer naquela terra!


Comunidade de Hambane
Casa dos pais do Mateuani

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